(Imagem da net)
As gaivotas pequeninas regressaram à foz do Douro, há sol outra vez, estamos na muralha a olhá-las.
Desta feita nunca mais desaparecerão dos penedos de que mal se distinguem e mesmo que o mar as leve permanecerão ali.
Tentei matá-las e resistiram, tentei esquecê-las e não as perdi nunca.
Passaram todo este tempo dentro de mim, à espera que as devolvessem ao lugar que é o seu, lá em baixo na salsugem.
Tonto de sol vejo-as caminhar, perco-as, recupero-as, não se vão embora:
existem para sempre, como um testemunho escrito a sangue na carne, um nome que não se apaga, uma presença infinita.
(...)